sábado, 24 de dezembro de 2011


Estudando o Arqueômetro 
Capítulo VIII
Um ensaio com os números


Neste capítulo iremos descrever como estão definidos os números no Arqueômetro, buscando entender a ideação nos diversos níveis, pois já vimos nos capítulos anteriores que nada neste instrumento existe ao acaso. Por isso, o objetivo é entender esta formação, dar os primeiro passos, sedimentar o conhecimento da estruturação dos números e seus aspectos qualitativos e quantitativos primários. 
Não é incomum, em primeiro momento, observarmos os números relacionados com as letras, cores e sons do Arqueômetro e  não encontrarmos nenhuma lógica, pois, aparentemente, são atribuições,  sem ordenação, não é nada disso, quando passarmos a observar como se contextualiza essa ordem logo percebemos que existe a famosa autológica citada por Saint Yves d´Alveydre, nunca devemos esquecer que tudo que está representado no planisfério do Arqueômetro apresenta-se de forma harmônica. 
Primeiramente, precisamos rememorar o conceito que diferencia o aparelho em três camadas. Rever esta distribuição é muito importante, pois a disposição dos números encontra-se  camada a camada, e essa escala segue rigorosamente a lógica da hierarquia do planisfério dividido através das visões Divina (Teogônica), Cósmica (Cosmogônica) e Humana (Antropogônica), respeitando a formação hierárquica das letras Raizes ou Constitutivas, Planetárias e Zodiacais, respectivamente.
Devemos  deixar registrado ou reforçar que não diferenciamos números de letras, pois estas constituições são pura geometria, portanto, diretamente relacionadas aos números. No Arqueômetro toda a morfologia das "letras parlantes"  está diretamente relacionada aos números, cada letra tem seu número correspondente, conferindo à estes quantidades e qualidades. 
Observe a disposição do Arqueômetro em ordem numérica,  perceba os números atribuídos às letras, fizemos uma distribuição diferenciando em cores os três níveis ou camadas, as letras Constitutivas (amarelas), as Planetárias (azuis) e as Zodiacais (vermelhas). As letras e os números estão na sequência de unidade, dezena e centena. Aparentemente, não existe uma lógica, parece tudo misturado, mas não é bem assim, tudo aqui tem um motivo e uma função,  a nossa missão, neste primeiro ensaio, é entender  como ocorre essa distribuição, por isso iremos analisar quadro a quadro, camada a camada, percebendo como funciona e como uma camada serve de instrumento de formação da outra. Primeiramente siga a recomendação, analise o quadro completo, veja bem a distribuição de todos números e as letras correspondentes, quando tiver memorizado minimamente este quadro siga analisando o restante do texto.
Para reforçar o entendimento dos nossos estudos vale lembrar que o Arqueômetro tem vinte  e duas (22) letras, observe que foram divididas em unidade, dezena e centena, preste bastante atenção, pois essa divisão segue uma lógica qualitativa que determina parte da função dos números em cada camada da mandala arqueométrica.





Observou? Procuraremos deixar, no primeiro quadro, o maior número de informações possíveis para que possa fazer suas anotações e utilizá-lo como referência para o entendimento dos números no Arqueômetro.
Então sigamos com a primeira análise:  isolamos as letras e  os números da camada Constitutivas ou Raízes,  veja que separamos somente a cor amarela. A finalidade é permitir uma visualização mais detalhada da distribuição dos números que possibilite a análise da formação da ideação neste plano, pois é a semente de todas as outras que virão a seguir. Os números dispostos em sequência podem ser muito bem analisados, veja todas as variações, observe detalhadamente,  e perceberá  que estão divididos em três planos distintos, logo visualizará a autológica, pois  sempre estará disposto na ordem harmônica.



Vejamos a primeira representação dos números,  pois visa expressar de forma abrangente o conceito de início: o ponto e o número um (1), a unidade, o meio, dois pontos ou uma reta, o número (60), a dezena, e finalmente, os dois semi-círculos unidos pelas extremidades, a centena, o número quatrocentos (400). 
Repare que este desmembramento visa explicar de forma didática, simples, como funcionam as três letras ou formas e seus números. Para isso basta reparar que os números significam o início, o meio e o fim, ou seja, o um (1) é o Alfa ou Alef, o nascer, a seguir, o sessenta (60), o viver, e o quatrocentos (400) é o Ômega ou Thau, o morrer. Observando a formação de todos os números contidos nesta tríade percebe-se que foi atribuído a qualidade do princípio, do nascer, o primeiro número, o um (1), do viver, ao sessenta (60), e do fim ou morrer ao último, o quatrocentos (400). 
Fica fácil quando explicitado, pois muitas vezes a mente complexa não permite visualizar uma informação tão simples. Portanto, já temos os primeiros conceitos e funções dos números no Arqueômetro, esses permeiam a construção de todos outros números neste aparelho, pois representa o Universo em movimento e como se constitui. Lembra muito os ensinamentos budistas, o conceito de "criação, conservação e destruição", retornando ao processo que se repete indefinidamente, a "impermanência". No caso dos números retornando ao número um (1), veremos isso na adição dos números em cada camada do Arqueômetro, ou seja, a reafirmação do processo da transformação divina no nascer, viver e morrer infinito, pois o espírito é eterno e o matéria finita.
            Na continuidade  iremos levantar mais alguns véus, pois é fundamental que se firme a idéia em torno da premissa que rege este conhecimento e que determina a identidade numérica na mandala.
        A primeira missão é evidenciar,  através do somatório, que o retorno ao número um, à essência, é inevitável, e o surgimento do número dois (2), no outro plano, o Planetário, ocorre através também do somatório dos números, essa técnica irá se repetir para todas as camadas, observe com atenção, finalizando perceba que sempre haverá um número de ligação entre uma camada e a outra, representando o portal, o número e letra de saída e o retorno entre os planos, as ligações entre o divino, o cósmico e humano. 
      Os números, 1, 60 e 400, representam a primeira esfera, a divina, ou a energia mental. Por isso é importante focar fortemente nesta primeira regra, pois toda a construção da mandala arqueométrica se constitui dessa forma, apontando o somatório para o número um (1) ou para a forma original, o retorno, quanto se tratar de geometria ou morfologia, para o ponto, podemos aplicar esta regra para todas as camadas que funcionará. 
Reforçando o conhecimento
 A unidade, a dezena e a centena, estão relacionados também a luz, som e movimento, ao pensar, sentir e agir, ao Tantra, Mantra e Yantra, ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, à Osíris, Ísis e Horus, etc. Cada camada contém essas tríades em representações diferenciadas, são parecidas mas não são iguais, os valores obtidos a cada camada tem uma representatividade específica, vejamos as qualidades que os números tem por camada:

            1. Constitutiva - Mente - Tantra - Luz


                                       Mente, Mente                       Tantra, Tantra         Luz, Luz
                                       Mente, Sentimento              Tantra, Mantra        Luz, Som
                                       Mente, Ação                         Tantra, Yantra        Luz, Movimento



              
            2. Planetária - Sentimento - Mantra - Som


                                      Sentimento,  Mente               Mantra, Tantra            Som, Luz   
                                      Sentimento, Sentimento       Mantra, Mantra           Som, Som
                                      Sentimento, ação                  Mantra, Yaantra          Som, Movimento



  
            3. Zodiacais - Ação - Yantra - Movimento

                                   Ação, Mente                           Yantra, Tantra            Movimento, Luz
                                   Ação, Sentimento                  Yantra, Mantra           Movimento, Som
                                   Ação, Ação                            Yantra, Yantra            Movimento, Movimento

Perceba que são parecidas, mas não são iguais, porem um conjunto está contido no outro, essas interseções  demonstram as interações entre os planos, porem a individualidade permanece, indicando a ordem primária, secundária e terciária de cada plano, observe as três camadas e analise as similaridades e diferenças:



          Sejamos bem pragmáticos, na primeira camada encontra-se o raio gerador, as raízes da Cabala do Arqueômetro, as fundações dessa Árvore da Vida Bramânica, portanto, encontramos as formas primárias, a cor branca que irá se desmembrar em todas as outras e os números que são a base dos demais. 
A tabela está numerada em ordem crescente  como pode ser observado, ordenada por unidade (Mente), dezena(sentimento) e centena(Ação). 
Pergunta-se: qual representação do menor número dessa tabela que possa indicar o princípio, o Alfa ou Alef, a ideação? Claro que é o número 1, pois está relacionado com o ponto, o início. Seguindo este raciocínio podemos fazer outra pergunta:  qual o último número dessa tabela para representar o Ômega ou o Thau? O número 400. Então, o fim,  está relacionado com os semi-círculos unidos pelas extremidades. 
Fica fácil entender que existe uma lógica, agora iremos para última pergunta, visando fechar os números e as formas da tríade dessa camada. Já temos a unidade e a centena, falta uma dezena para mediar, ser o meio de equilíbrio dessa ideação. Qual a dezena que somada com a unidade e centena possibilita representar o retorno à unidade e o nascimento numérico do plano seguinte? Pode utilizar todas as dezenas, somente o número sessenta (60) cumpre essa função, vejamos a seguir:

       Demonstração do retorno à unidade:

       400 + 60 = 460 = 4 + 6 + 0 = 10 = 1 + 0 = 1

       Aqui está a prova que o 400 + 60 são frutos da unidade, pode repetir com todas outras dezenas que não encontrará este resultado.

      Demonstração do nascimento da dualidade:

       400 + 60 + 1 = 461 = 4 + 6 + 1 = 11 = 1 + 1 = 2

       Aqui está a prova que o DeVA (D=4, V=6 e A=1) propicia o nascimento do Alfa ou o Alef do plano Planetário, a Lua, se observar da maneira adequada, tem a forma bem explícita dos dois semi-círculos e da reta, analise e perceberá esta afirmativa.
      Após demonstrar como nasceu, numericamente, o outro plano, sigamos com a exposição da camada Planetária e de seus números, observe outro desmembramento da tabela, analise seus números, os planetas e as formas.
   Já está definido o número dois (2), o 1, o 60 e o 400 não podem ser utilizados, por isso utilizaremos somente os que restaram, seguindo a mesma linha de raciocínio ou a autológica do Arqueômetro. Como encontraremos o Ômega ou o Thau Planetário? O último número é  Saturno (último planeta visto à olho nu, será coincidência?), o número é o trezentos (300). Agora só falta encontrar quem é a dezena que irá mediar o bailado cósmico, pois não temos mais três números, são sete, precisamos encontrar o mediador para todos os planetas. Se pensou no Sol foi muito bem intuído, mas vejamos se número do Sol, o cinquenta (50), cumpre o papel de mediador entre os eixos dos planetas:

       Lua       Sol        Saturno

        2           50          300       = 352 = 3 + 5 + 2 = 10 = 1 + 0 = 1

     Fechamos o primeiro raciocínio, o eixo Lua (2) + Sol (50) + Saturno (300), no somatório, retorna à unidade. Está seguindo o bailando cósmico do Arqueômetro, no sentido horário, pois são as letras evolutivas, encontraremos a seguir outro eixo, Vênus, o número três (3) + o Sol (50, perceba que o Sol continua ao centro) + Marte (20). Este eixo tem que demonstrar a mesma fórmula do somatório dos números que retornam ao um (1), vejamos:

      Vênus    Sol         Marte

        3            50          20        = 73 = 7 + 3 = 10 = 1 + 0 = 1


    Perfeito! Não há dúvida que continuam dentro do mesmo raciocínio. 

   Agora preste bastante atenção pois estamos chegando na criação do portal do  plano  Zodiacal, o último eixo, devemos obter o mesmo resultado com Júpiter,  o quatro (4) + Sol (50) + Mercúrio (90), vejamos:

       Júpiter    Sol     Mercúrio
    
         4            50        90         = 144 = 1 + 4 + 4 = 9   O que saiu errado? Nada.
       
         Saint Yves d´Alveydre alerta sobre a importância da letra de Mercúrio o (Ts) e a de Virgem o (Y) como portal e referência de saída para o mundo das formas (Yantra) ou para o plano Zodiacal. Neste ponto entende-se por que o autor chamou  a atenção pela inversão ou  utilização do (M) de Escorpião - 40 no lugar do (Y) de Virgem - 10. Este detalhe é muito importante, pois um portal tem um tratamento de entrada e saída. O plano Planetário precisou do número um (1) para achar o número 2 no somatório, ou seja, o plano do sentimento precisou do plano da mente para se constituir. O plano da ação precisará dos dois planos (mente e sentimento) para que ocorra a manifestação do movimento na camada Zodiacal,  ou seja, para que exista o portal,  então vejamos:

         Júpiter                         Número 60           Mercúrio
   (Plano Sentimento)    (Plano da mente)   (Portal plano da ação)

           4                                      60                         90  = 154 = 1+ 5 + 4 = 10 = 1 + 0  = 1

      Como se trata de um portal poderíamos utilizar o próprio número 10 de Virgem para evidenciar o nascimento da forma sem alterar o eixo, na realidade o 10 + 50 = 60, demonstrando que o eixo de saída contém uma parte da tríade superior. 

          Júpiter                         Sol                Mercúrio      Virgem
  
              4                                50                       90               10 = 154 = 1 + 5 + 4 + 10 = 1 + 0 + 1

           

Os eixos coloridos indicam como foram realizados os somatórios dos números. Portanto, os números explicam o motivo do portal ser no Zodíaco de Virgem, não existe nenhum outro eixo que permita a saída utilizando o mediador 60, a reta, como elemento de formação do plano das formas, as letras involutivas. 

Agora iremos para última camada, a Zodiacal, o plano das formas, já utilizamos 10 números, como o alfabeto é de 22 letras só nos restam 12 números, um para cada signo, é fácil, saindo pelo portal da letra Y (Virgem), número 10, devemos girar a mandala do Arqueômetro no sentido anti-horário, pois estamos tratando as letras involutivas, já utilizamos os números 1, 2, 3, 4, 20, 50, 60, 90, 300 e 400, então não podemos repeti-los, acompanhe o raciocínio, iniciaremos utilizando todas as dezenas, iniciamos no portal 10 - Virgem, seguindo a ordem das dezenas temos livres na ordem astrológica,  o  30 - Libra, 40 - Escorpião,  70 - Sagitário, 80 - Capricórnio, enceram-se as dezenas livres, continuamos com as centenas livres, 100 - Aquário e 200 - Peixes, acabaram as centenas, sigamos com as unidades livres, 5 - Àries, 6 - Touro, 7 - Gêmeos, 8 -  Câncer e 9 - Leão, acabaram-se os números, some todos os números,  de 1 a 400, o plano das formas contém todos os números, assim obterá o total 1495 = 19 = 1 + 9 = 10 = 1 + 0 =1, retornamos ao um. Será coincidência? Outra observação importante: o Zodíaco começa em Áries - (5), menor número deste plano e encerra em Peixes - (200), mais uma vez constatamos a autológica, o Alfa ou Alef e o Ômega ou o Thau.
Neste capítulo fizemos o primeiro ensaio com os números do Arqueômetro, existem muitas revelações, demos um importante passo, pois adentrar alguns Arcanos não é fácil, a mente endurecida pela ciência moderna não nos deixa divagar por assuntos abstratos, muitas vezes encontramos barreiras que parecem intransponíveis, mas persista, para ser um estudioso destes assuntos é preciso paciência e aprofundamento.

   
        Faça seus comentários, tire suas dúvidas, todos são bem-vindos.


            Luz e paz,

           


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