O entendimento do Uno
Pensamentos e ideias dessas origens
Não se
trata de querer criar uma técnica específica ou definir uma modalidade de
entendimento deste tipo de conhecimento, até mesmo porque este estudo requer o
despertar de algumas percepções que não dependem necessariamente de métodos. O
fato é que, para um estudo mais aprofundado é fundamental que se promova o
desenvolvimento destas percepções, principalmente sobre astrologia, alquimia e
outros ensinamentos de ordem hermética. À medida que cada conhecimento for
aprofundado exigirá uma visão diferenciada dos níveis de distribuição e da
organização destes saberes, facilitando as interpretações das representações
divinas ou teogônicas, universais ou cosmogônicas e naturais ou antropogônicas.
Como já vimos existem três níveis de
representações que traduzidas nos estudos superlativos, comparativos e
positivos que, permitem o desenvolvimento sistematizado dos entendimentos dos
mistérios através de graus diferenciados que se interpõe, permeando e
interligando um nível ao outro.
Contudo, não se trata de
criar uma sistemática, que possibilite a visão amplificada do conhecimento, mas
de dispor as informações que promovam o desenvolvimento da mente, permitindo a
amplificação dos fatos que conduzem às visualizações destas sobreposições dos
saberes, evoluindo para os pontos mais importantes, buscando desvendar os
arcanos menores e posteriormente os maiores. Estas premissas permitem uma
postura descolada do puro apelo materialista e convencional, construindo uma
nova e única visão do que vem a ser o sagrado.
À medida que se adentra nos segredos
desvelam-se as cifras, as formas de representações contidas nestes enigmas, o
funcionamento e a prática que traduz esta estrutura pródiga. Ao praticar a abstração
necessária a este tipo de estudo, o entusiasta promove uma maneira diferenciada
de pensar, pois os detalhes fazem diferença, porém na simplicidade e na lógica
é que se elucidam as respostas. Pontos importantes dessas estruturas
encontram-se expostos, mas exige um estudo sistematizado de alguns conhecimentos dos mistérios.
A verdade é que, ao alcançar
a prática desse método e aplicar suas técnicas, o indivíduo torna-se apto a
desvendar alguns pontos desses códigos e seus mistérios. Ao passo que se
aprofunda nos estudos, rapidamente se apercebe que os indícios dessas
representações contêm chaves que precisam ser decifradas. Muitos desses códigos
apontam para uma sociedade de mentes altamente argutas e sagazes, pois nestes
conteúdos velados pelas formas expressas nos mapas astrológicos, nas mandalas,
nas técnicas da alquimia e outras formas de representação do sagrado,
encontram-se elementos suficientes para elaboração de códigos matemáticos,
geométricos, artísticos, religiosos e filosóficos que confirmam a engenharia de
uma lógica apurada. Afora a harmonia, a beleza, a simetria, a sonometria e a
ordenação de pensamentos superiores que evidenciam um saber diferenciado e um
estudo aprofundado das mais variadas ordens.
Pois bem, em um primeiro
momento, cabe utilizar alguns princípios básicos contidos neste poderoso
aparelho astrológico ou mesmo nos textos alquímicos de algumas escolas de
mistérios, para demonstrar como se constituíram, por exemplo, os princípios dos
alfabetos dos antigos patriarcas. Demonstrando, também, como viviam e
desenvolviam visões diferenciadas e aprofundadas das mais variadas áreas do
saber, interligando estruturas geométricas, constituindo um profundo
conhecimento dos números, sínteses e ordens filosóficas, expressões artísticas
nos mais variados ramos sociais e estruturas religiosas pautadas em saberes
profundos, todos, indistintamente, voltados para os conceitos da formação
planetária e cósmica, bem como, do entendimento sobre os aspectos relacionados
à divindade - verdadeiros princípios teosóficos.
Assim, as questões não
passam somente por explicações de ciência astral e revelações dos antigos
ancestrais e suas academias, mas pela busca da compreensão e da continuidade
das formulações de novas discussões, estudos comprobatórios destes fatos,
visando confirmá-los, torná-los verídicos, argumentar e contra argumentar com
propriedade, sem jamais estar movido ou vencido pelo ópio do absolutismo
intelectual, pois o objetivo é formular hipóteses, como sugerem as ciências
modernas e ainda demonstrar tais possibilidades.
Ao observar os movimentos
dos planetas, principalmente o de translação, nossos ancestrais, mestres dessas academias,
registraram esta lógica nos documentos da época, transcrevendo com profunda
propriedade este planisfério astrológico. Autenticaram o encontro da grande
confraria dos espíritos ancestrais e imprimiram este momento como uma espécie
de selo cósmico, evidenciando a importância destes eventos, com registros
astrológicos que foram transpostos para os pergaminhos e referências
registradas e autenticadas através da astrologia.
Em diferentes partes do mundo fizeram os
mesmos registros astrológicos, associando estes eventos aos ritos, calendários
e às ciências em geral, aplicando-os até mesmo aos costumes mais simplórios de
um variado número de sociedades. Consolidaram estes hábitos sociais e
sacerdotais como uma conjugação chave, um marco, algo que precisava ser fixado
através dos tempos. Algumas escrituras versam sobre estes registros, todas
indicam e demonstram que seus arquitetos detinham uma cultura adiantada e
profundamente aperfeiçoada. Nestas sociedades existiam regras e estruturas
muito elaboradas, bem como, uma infinita necessidade de gravar essa presença,
talvez já prevendo que, em algum momento, deveriam ser resgatadas.
Tratando especificamente
da abóbada celeste e da observação dos movimentos dos astros que funcionaram
como um dos primordiais legados dos princípios da astronomia moderna e de
outras ciências, pode-se afirmar que dessas fontes nasceram os conceitos e
fundamentos sobre a constituição da vida na sua forma mais ampla, porém, os
mistérios da astrologia ficaram reservados aos argutos e persistentes
exploradores dos saberes dos antigos sacerdotes, contidos nos enigmas que
determinam a síntese desta ciência, bem como, da filosofia, da religião e da
arte destas antigas sociedades.
As representações dos
mapas astrológicos identificam os elaborados ciclos e ritmos dos astros, suas
conjunções, registros detalhados destes movimentos, que expressam uma
significativa necessidade de guardar e velar o conhecimento. Estes fatos foram
descritos e guardados em locais especiais, longe das “aves de mau agouro”. O
mapa que registrou o encontro das mais antigas confrarias do planeta foi
transcrito de forma a perpetuar o encontro que marcou o mais sagrado dos
momentos, uma antiga e fiel transcrição gráfica, selada para sempre, originando
a mandala astrológica, momento sagrado e consagrado à eternidade. Estes eventos e suas conjunções se repetem
através da circunvolução cósmica, em períodos aproximados de pouco mais de
vinte e cinco mil anos. O registro contido no mapa astrológico é um momento desse
bailado cósmico delimitando cada período em sequência de constelação ou signo,
conhecido como a era de cada ciclo.
O que os antigos
patriarcas, magnífica confraria dos senhores da luz, fizeram foi registrar de
forma sublime o que ocorria nos céus no momento em que se consumou a criação
deste selo. Como está descrito, na figura 1, é um simples e magistral registro
daquele momento, convencionado através das representações dos planetas regentes
e das constelações ou signos regidos.
A síntese deste selo pode
ser descrita, por exemplo, através de um observador terreno que perceba as
circunvoluções dos planetas e suas passagens ou circunvolução de uma
constelação a outra. Estes eventos foram transcritos para os pergaminhos,
formando o que conhecemos como mandala astrológica, iniciando o registro ao
norte, observando o movimento de Saturno que passa pelas constelações de
Capricórnio e Aquário, transpondo para os livros esotéricos o conceito de
regência destes dois signos que aparece registrada na parte superior da mandala
e expressa um rápido movimento helicoidal, da movimentação deste planeta de uma
constelação à outra.
Estas regras repetem-se
para os movimentos dos outros planetas, seguindo a mesma forma de explicação,
sendo assim definiu-se o movimento de Júpiter que passa pela constelação de
Peixes e Sagitário, o planeta Marte tem esse registro em Áries e Escorpião, a
estrela matutina, Vênus, é observada na passagem por Touro e Libra, e o
pequenino e inflamado Mercúrio é observado na passagem por Gêmeos e Virgem,
isoladamente, na representação da individualidade, dos princípios feminino e
masculino, surgem a Lua e o Sol, que regem o signo de Câncer e Leão
respectivamente, na clara intenção de evidenciar os princípios da fecundidade,
ativo e passivo, emissor e receptor, expresso na luz polarizada da Lua,
fecundada pelo espectro do Astro Rei, o Sol.
Em
um primeiro momento os mais conservadores tendem às explicações convencionais,
insistindo em ver o quadro representativo astrológico como um registro
bidimensional e estático destes eventos, fixado em algum momento do passado sem
representatividade expressiva, mas a realidade é outra.
Os
mapas astrológicos são mandalas e não se limitam a uma representação
determinada somente por altura e largura, pois estas duas não expressam a
plenitude, assim, faz-se necessário o acréscimo de um o terceiro elemento: a
profundidade, atribuindo, para finalizar, a qualidade do movimento que é
fundamental para as explanações destes fatos.
Um plano tridimensional é
mais que apropriado para os estudos que irão conduzir algumas variações da
forma de pensar a metafísica, pois permitirá a compreensão dos fundamentos em
contextos mais amplos e possibilitará um estudo aprofundado. A construção da
estrutura astrológica em nível tridimensional expressa com propriedade os
princípios espirituais, cósmicos e naturais.
Então, a representação
mais lógica é a tridimensional, mas para isso é necessário dispor de uma
variação que irá constituir a explicitação destes fatos a um patamar maior,
pois a expressão da mandala na forma cônica, com altura, profundidade e
largura, como um chapéu de mago, confere aos estudos uma magnitude de altíssimo
nível nos planos dos mistérios, revelando
que a Lenda de Merlin não é mera coincidência.
Os alquimistas utilizavam
esses famosos chapéus, confeccionados em puro ouro, ornamentados por toda uma
grafologia, que representavam as forças oriundas do cosmo ordenado pela
divindade, esses instrumentos funcionavam captando forças universais que eram
agregadas ao possuidor desta ferramenta de incorporação do magnetismo dos
astros, conferindo ao mago alguns poderes inimagináveis.
Em resumo, era um poderoso
instrumento de evocação das energias em planos superiores. Isto não é lenda,
faziam desta forma e conheciam o poder contido nestes elementos, sabiam
utilizar os mantras mágicos de aberturas dos portais. Posteriormente, foram
ridicularizados pelas ciências modernas que beberam destas fontes e que, por
não conhecerem a contraparte da ação dessas práticas, mergulharam no que não
entendiam - no poço dos mitos.
Não tinha o conhecimento dos
aspectos metafóricos, como a transformação do chumbo em ouro, que tratava da
transformação interior do indivíduo iniciado, da condição mental bruta,
alegoricamente atribuída ao elemento chumbo por suas características pesadas,
aparentemente grosseiras e comuns, até alcançar a condição mental reluzente do
ouro, que representava o ser que se libertou dos apegos materiais e ascendeu às
esferas espirituais.
A verdade é que insistiram em contar a
história do jeito que lhes convinha, sem se importarem muito com o porquê
destes hábitos, fixando-se nos exemplos dos alquimistas místicos, taxando seus
hábitos e rotulando os que ousassem optar pela prática destas teorias. Também
desconheciam as metáforas da transformação através da condição dos estados
alquímicos, que C. G. Jung mapeou com extrema sabedoria e ao contrário do que
alguns seguidores deste ícone da psicologia acham, não inventou nem associou,
simplesmente reproduziu a técnica alquímica e traduziu estes eventos sabiamente
para a Psicologia Analítica.
As peças
eram estabelecidas para graus diferenciados de entendimentos, alcançando graus
de consciências diferenciadas, desde uma mera distração pública, passando pelos
caminhos do aprendizado dos acontecimentos encenados, até os que conseguiam
perceber que por detrás daquelas fantasias existia algo mais, estes eram
arregimentados para as academias de iniciados que distinguiam aqueles que
demonstravam um grau básico de entendimento do sagrado.
Exteriorizados, nas figuras anteriores, encontram-se expressos os registros de um momento, pois mesmo a
representação em forma cônica não permite a expressão fidedigna de todos os
eventos, para ajudar a amplificar a forma de visualizar e assimilar este
conhecimento, mas o ideal seria registrar os movimentos variados e todas as ideações
gráficas de planetas e signos na forma tridimensionais. O que se percebe ainda
é uma fração congelada de um evento, um registro, uma parte de inúmeras
representações.
Porém, é muito importante para a compreensão
destes fatos, de forma didática, este tipo de representação, pois estas
observações ganham um acentuado sentido quando assim expostas, comprovam
síntese e decomposição em uma mesma teoria, não exigindo um intenso grau de
abstração, pois demonstra claramente a ideia de um núcleo de embriogenia,
representado pelo ponto que se estende a partir do topo de todo o espaço
cônico, delineando o surgimento, aparente, de novas formas em graus secundários
e terciários.
A partir do movimento do
ponto, no topo do chapéu ou do cone, inicia-se o processo de construção das
outras formas geométricas como a reta, o triângulo, o quadrado e o círculo,
ocorrendo o mesmo com as matizes de cores, notas musicais e números que estão
associados às formas básicas.
Não é difícil concluir que estes conceitos
giram em torno das estruturas primordiais que envolvem a ciência, a filosofia,
a arte e a religião. São manifestações lógicas para se obter a formulação de
teorias e da comprovação prática, consubstanciando o que era conhecido como
sagrado.
Ao examinar as figuras em movimento no chapéu,
parte da representação da mandala, na forma bidimensional, percebe-se a
evolução no sentido horário a partir do ponto que, passo a passo, vai se
transmutando e possibilitando a aparição de uma variação de formatos, que
constituem uma representação de cinco formas geométricas básicas, que foram
utilizadas na concepção dos antigos alfabetos.
Pois, constituíram toda
uma estrutura correlacionada, perfeitamente disposta em uma sequência
harmoniosa e lógica, livre de ideações desordenadas e das conjecturas de que
estas ordenações ocorreram ao acaso. Isto permite uma iniciação de fato entre
os contextos do sagrado que eram impulsionados por uma ética de ideias
inigualáveis.
Ao observar o movimento desta nova figura, nota-se também que, de seu centro origina-se um ponto no movimento helicoidal
original, para os sentidos estes movimentos sugerem a formação de outras formas
geométricas, que se transformam sucessivamente em outras, constituindo a
ideação da origem do todo, elementos ainda impronunciáveis ou sem
representações no mundo da matéria. Estas ideias são extremamente sutis, muito
difíceis de serem repassadas, pois foge do convencionalismo, exigindo de quem
busca compreender estes ensinamentos muita dedicação, principalmente o
desenvolvimento da mente abstrata e da libertação da alma - das convenções que
limitam os mais apegados.
No desenvolvimento destas idealizações,
um bom exemplo para demonstrar algumas destas afirmativas está na descrição
sumária do movimento inicial e primário, considerando sua construção gradativa
até alcançar as formas mais complexas, sempre observando o desenho cônico do
chapéu do mago ou da mandala tridimensional. Simular este movimento do chapéu
do mago até a imagem se tornar bidimensional muda totalmente o plano de
observação e síntese, induzindo a uma análise mais concreta, retirando da mente
o foco mais abstrato delineado na observação tridimensional.
Este exercício entre um
objeto observado por um foco ou outro visa aproximar o objetivo e transmitir ao
núcleo do cérebro estes eventos, por vias que se utilizarão de lógica mais
concreta em um determinado momento e, por uma linha mais abstrata em outro.
Esta sugestão mental permite a percepção por outros ângulos, eliminando uma
visão predeterminada e distorcida dos conceitos e das observações.
Na realidade, a prática
desta visão diferenciada permite ao neófito a confirmação do funcionamento, executando
determinadas rotinas rituais, sem perder a consciência da essência que procura
expressar a idealização divina, cósmica e planetária em graus diferenciados até
alcançar uma compreensão definitiva, consumando uma máxima de que todas essas
expressões são “folhas e frutos” de uma mesma árvore, que se apresentam em
circunstâncias variadas e que faz parte de um contexto momentâneo, exigindo do
aprendiz o desenvolvimento de técnicas, as quais possam permitir a dedução de
como se desenvolvem estas situações, para não se deixar enganar pelas
impressões produzidas nas variadas condições destas análises.
A sequência da figura que veremos a seguir visa representar os
movimentos em alguns passos distintos e sucessivos para evidenciar que,
dependendo do foco de observação, o mesmo conceito pode se manifestar de forma distinta,
porém contínuo, expressando, apesar de diferenciados focos, uma única ideia.
Dependendo do objetivo das explanações, uma será mais adequada do que a outra,
sem perder a base de que a expressão tridimensional é a ideal para o
desenvolvimento dos altos estudos e aprofundamentos do conhecimento do sagrado,
pois esclarece as discussões sobre as visões divina, cósmica e planetária, em
plano inteligível e inconteste, demonstrando a expansão desde o principio até a
formação da visão que dispõe a vida no universo como um todo.
Possibilita
uma visão tridimensional da mandala, constitui a expressão dos diversos níveis
energéticos e cósmicos, que formam a visão diferenciada do todo, desde a
expressão da formação primária, origem de todas as cores, sons, números e
formas.
b)
Sequências 2, 3, 4 e 5:
Representação
dos movimentos intermediários que demonstram as inclinações graduais, constituindo
a última sequência em uma visão bidimensional. Didaticamente se apresentam nas
visões diferenciadas de um mesmo conceito.
A
visão mais comum e utilizada é a bidimensional, funciona atraindo, dispersando
e fixando forças, são utilizadas em paredes, dispostos em mesas de santuários e
em ritos ou atos temporários para fins específicos.
A partir destas
explanações preliminares é possível chegar ao ponto inicial de onde estes
antigos ancestrais fundamentaram o conceito da ciência do sagrado,
representado-a, comentado anteriormente, através do alfabeto, nas suas
observações cósmicas e planetárias, expressas nos elementos da filosofia, nas
manifestações artísticas através de instrumentos musicais, movimentos
corporais, pintura e teatro, na revelação do contexto religioso, sendo
fundamental registrar que a religião não existia separadamente do restante.
Entre estes fundamentos
não havia diferenciações, era uma síntese que estabelecia a manifestação humana
em plenitude, o sagrado, fundido nos quatro pilares que sustentavam as relações
da vida no planeta, dos conceitos da composição do cosmo e da interação com o
divino. Portanto, a síntese representada na mandala, tridimensional ou
bidimensional, é uma forma extremamente inteligente de simbolizar o conteúdo
amplo desse contexto, pois encerra as diversas visões dos conceitos em planos
diferenciados de entendimento, possibilitando o desenvolvimento das visões
positivas, comparativas e superlativas.
Na
apreensão de alguns métodos básicos, para principiar a análise e estudos de
alguns mistérios em grau positivo, pode-se utilizar as teorias que fundamentam
a representação da mandala cósmica ou do Planisfério Arqueométrico de Rama sob
alguns conceitos bem próximos do entendimento inicial.
O método mais provável é a compreensão do funcionamento da geometria em nível
sagrado, trata-se de um elemento determinante na formação dos alfabetos e das
representações mais fortes destas antigas civilizações, pois se utilizavam de
técnicas científicas para determinar o funcionamento de fórmulas que envolviam
graus, ângulos e outros elementos da matemática, como também uma elaborada
filosofia de conceitos divinos, ou seja, estes métodos não traduziam somente um
conjunto de ideias, mas inclusive a vivência em plenitude dos fundamentos
contidos nas relações destas práticas concretas e abstratas.
As
representações do alfabeto de 22 letras foram utilizadas por grande parte das
sociedades mais inteiradas das convenções das representações e suas relações
com o sagrado. Seguiam uma ordem lógica de representação dos três planos: o
divino, o cósmico e o planetário, em que a expressão desta formação constitui
uma sequência extremamente elaborada e destituída de impressões fantasiosas, ao
contrário, reúnem elementos suficientes para evidenciar a presença de ideações engenhosas,
que constituíram os fundamentos dos mais importantes colégios de mistérios em
um passado distante.
Seguindo
uma lógica para o desenvolvimento deste tipo de raciocínio, imagine um chapéu
de mago, cônico, pontudo e com uma aba circular harmoniosa. No ápice deste
chapéu existe um ponto, elemento básico do princípio geométrico que, ao se
movimentar de forma circular descendente, em grande velocidade, afeta os
sentidos humanos causando a sensação inicial da formação de uma reta, nesta
sucessão de movimentos outras impressões se constituem no campo visual,
originando novas figuras geométricas, formando triângulos, quadrados e
círculos. Estas representações básicas da geometria estão associadas à formação
cósmica e dos planetas que compõem o nosso sistema solar, ou seja, uma forma
geométrica para cada um, representando a construção cronológica e geométrica do
cosmo, expressões registradas nos pergaminhos destas culturas.
Como tudo está em movimento, a representação
da mandala nada mais é do que o registro de um momento, uma fotografia,
passível de análise e decomposição de seus significados, mas não expressa o
todo, pois é impossível representar todos os movimentos. A visão da ação é
velada, mas ao permitir este tipo de análise o mistério se desfaz, estes
conceitos estão presentes em algumas filosofias, como a do budismo sobre a
impermanência que causa a ilusão. Um bom exemplo desta afirmativa é o movimento
do ponto que cria a impressão aos sentidos da formação de uma reta ou mesmo de
um ponto em lugares diferentes, ocasionado por rápidos movimentos, motivando a
ilusão que formam outras imagens geométricas harmônicas.
Esta concepção amplia-se para
todas as outras formas mais complexas, confirmando várias teses da física
quântica e da química oculta. Seguindo esta linha de raciocínio pode-se
evidenciar a matemática pitagórica para analisar a qualidade destes conceitos
geométricos, pois as antigas escolas não se utilizavam somente dos aspectos
quantitativos, mas associavam às formas geométricas cores, sons e números.
Partindo
destas explicações iniciais pode-se expor, por exemplo, as formas contidas em
alguns alfabetos mais antigos como o sânscrito e o devanagári, o hebreu que
manteve fielmente alguns ensinamentos destas escolas dos mistérios através da
Cabala.
Nestes
estudos há uma tendência para utilizar o sânscrito e o devanagári, pois se
encontram fortes evidências de bases geométricas em todas as expressões desta
grafia. Em um plano geral, sem atribuir ênfase a essa ou aquela escrita, a
exposição dos princípios arqueométricos são suficientemente valiosos para esse
tipo de entendimento. Na análise das três primeiras letras primárias desses
alfabetos, percebe-se claramente o princípio do ponto, da formação da reta e da
expansão da terceira letra, consolidando o conceito primário de luz, som e
movimento.
Sem adentrar, no mérito
dos fonemas, inicialmente tratar-se-á das formas e da essência. Ao analisar a última figura com três letras primárias, que dão origem a todo o alfabeto de algumas
antigas sociedades, observa-se que as três representações se traduzem em um
ponto, ou seja, a lógica é conduzir ao princípio, evidenciando a presença do
sagrado ou do divino em tudo, sendo o ponto uma representação precisa da
divindade no mundo das formas, que ao se manifestar gera nos primeiros
movimentos, a ilusão da formação de dois pontos que representa a segunda letra,
que unidos formam uma reta.
Na continuidade destas ideias
e deste movimento observa-se o desdobramento da figura que representa a
expansão cósmica, registrada no formato de dois semicírculos unidos pelas
extremidades, mas na realidade não passa de um círculo ou de um grande ponto
como pode ser observado quando se une as duas partes da imagem. As
constituições destas três representações encerram a ideia de formação do núcleo
da mandala que contêm os fatores protogeradores de todas as outras ideias contidas
na circunferência intermediária e na terceira e última, a mais externa, como
pode ser observado.
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Luz e paz